Primeiro, a minha agradável surpresa: descobrir que traduziu-se o título de
Slumdog Millionaire aqui no Brasil para o simpático "Quem Quer Ser um Milionário?" Já gostei.
Aí as indicações: a briga feia ficou mesmo entre
"O Curioso Caso de Benjamin Button" e
"Quem Quer Ser um Milionário", um concorrendo a treze premios, outro a dez.
Assisti
Benjamin Button na semana passada.
(spoiler alert!)Correndo um sério risco de passar por rabugenta, achei o filme absolutamente previsível. Bonito, claro, com lindos atores, a
Cate Blanchett, pelo amor de Deus..., a
Tilda Swinton sempre elegantérrima. Mas a cada cena, eu lembrava de outro filme onde eu já tinha visto a mesma coisa - e o desfecho era igual. De um modo geral, Benjamin Button, na estrutura narrativa, parece filho de
Forrest Gump com o
Paciente Inglês: ao invés de retardado, ele é uma criança num corpo de velho, o que dá quase no mesmo. Tem o amigo marinheiro-rude, a mãe sulista, a namorada de infância meio artista que está sempre dando pros outros menos pra ele, tem a fase em que ele resolve sair e correr o mundo e acaba participando de um momento histórico...
E aí, pontuando isto tudo, tem uma velhinha agonizante num leito de hospital, contando a própria história para a filha (Julia Ormond, que está a cara da Juliette Binoche, do Paciente Inglês, ahahaha).
Nem comentei dos efeitos especiais que fazem a Cate Blanchett ficar com 18 anos e dançar balé clássico e o Brad Pitt ter cara de 17 anos. Parece
Final Fantasy. Mas esta é a parte legal. Só que eu não estava muito na onda do filme.
Quem Quer Ser um Milionário?, por sua vez, é tudo menos alguma coisa que eu já tenha visto.
(spoiler alert!) Na verdade, ele sugere às vezes a influência visual de
Cidade de Deus. Mas o enredo é uma maravilha e o jeito de contar a história - a partir de um interrogatório policial, que gera o flashback do jogo do Milhão, que gera os flashbacks da vida do narrador - é brilhante. Eu adoro os atores, adoro cinema feito com gente e texto e idéias, acho um sopro de ar fresco. E a música.... Uau!
Bom, sobre as outras indicações, eu só gostaria de protestar (é claro) pela
não-indicação do
Tom Cruise por
Trovão Tropical! Foi uma das performances mais legais do ano passado, tão surpreendente que a maioria de nós só o reconhecia lá pelo meio do filme! O Robert Downey, Jr. foi indicado por Trovão Tropical, merecidamente, mas o coleguinha Cruise merecia ter ido junto.
Dica: se alguém ainda não assistiu esta maravilha, pegue Trovão Tropical no DVD. É o filme mais engraçado do ano passado. Com ressalvas para os espíritos mais sensíveis e delicados, pois é totalmente rude, incorreto e hilariante. Os extras são absurdos.