Cruzou por mim, veio ter comigo na rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
Pois estava eu entrando na Tabacaria (ó, tá vendo?) quando fui interceptada pelo Ator Famoso:
- Olá - ele disse.
- Oi - respondi, nitidamente intimidada - Tudo bem?
Ele tocou o meu ombro e me deu um beijinho. Comecei a olhar pros lados, pedindo um socorro tão eloquente que o Dono da Casa materializou-se ao nosso lado:
- Aninha, querida. Conhece o Ator Famoso? Ator Famoso, esta é a Aninha.
- Oi, tudo bem? - repeti. Quase repeti o gesto de dar o rosto para outro beijo. Totalmente desconcertada.
- Mas eu te conheço! De onde eu te conheço? - o AF insistiu.
- Aha. Não sei. Eu, certamente, te conheço - dei uma risadinha péssima.
- Senta aqui com a gente, toma um café.
- Aham - limpei a garganta - Pois é, tô correndo.
- Ah, que pena. A gente chegou agora, íamos pedir um conhaque. - ele sorriu e tragou seu charuto.
O Dono da Casa me apertou e me sacudiu:
- Precisa ver esta mulher cantando!!!
- Ah, então preciso, mesmo.
- Então!- pulei pro lado - Foi um prazer! Tchau!
Ah, a jequice que não me larga, nem com anos e anos de mondinho.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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2 comentários:
Quero crer que isso não é jequice, mas sim instinto de sobrevivência, uma vez que, como talvez dissesse o sábio Nasi: "este flerte pode ser um flerte fatal." -
(*Ahem* - de onde eu tirei isso não sei, mas é o tipo de frase que ajuda a me consolar depois de jequices dessa estirpe...)
síndrome materna eheheheheheheheheh
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