quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quase famosa

Cruzou por mim, veio ter comigo na rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara, 
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;


Pois estava eu entrando na Tabacaria (ó, tá vendo?) quando fui interceptada pelo Ator Famoso:

- Olá - ele disse.
- Oi - respondi, nitidamente intimidada - Tudo bem?

Ele tocou o meu ombro e me deu um beijinho. Comecei a olhar pros lados, pedindo um socorro tão eloquente que o Dono da Casa materializou-se ao nosso lado:

- Aninha, querida. Conhece o Ator Famoso? Ator Famoso, esta é a Aninha.
- Oi, tudo bem? - repeti. Quase repeti o gesto de dar o rosto para outro beijo. Totalmente desconcertada.
- Mas eu te conheço! De onde eu te conheço? - o AF insistiu.
- Aha. Não sei. Eu, certamente, te conheço - dei uma risadinha péssima.
- Senta aqui com a gente, toma um café.
- Aham - limpei a garganta - Pois é, tô correndo.
- Ah, que pena. A gente chegou agora, íamos pedir um conhaque. - ele sorriu e tragou seu charuto.
O Dono da Casa me apertou e me sacudiu:
- Precisa ver esta mulher cantando!!!
- Ah, então preciso, mesmo.

- Então!- pulei pro lado - Foi um prazer! Tchau! 


Ah, a jequice que não me larga, nem com anos e anos de mondinho.










 

2 comentários:

Ivan disse...

Quero crer que isso não é jequice, mas sim instinto de sobrevivência, uma vez que, como talvez dissesse o sábio Nasi: "este flerte pode ser um flerte fatal." -

(*Ahem* - de onde eu tirei isso não sei, mas é o tipo de frase que ajuda a me consolar depois de jequices dessa estirpe...)

st denis disse...

síndrome materna eheheheheheheheheh