quinta-feira, 27 de março de 2008

ou não

Em discurso durante o fórum empresarial entre Brasil e México, em Recife (PE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a crise nos EUA e a manutenção da autoestima dos empresários brasileiros são as únicas coisas que o preocupam com relação à economia brasileira:

"Essa crise pode não ser tão grande, como a gente imagina, mas pode ser maior do que a gente imagina", disse.

(fonte: UOL)

quarta-feira, 26 de março de 2008

aaaaahhhh...

...e tem a piada pronta que vem pelo e-mail:

O Grupo de PsicoX de São Paulo convida para o curso:
"DESCOBRINDO A MIM MESMO"
(um mapa será fornecido na inscrição)


ahahahaehehehahahehehaheeheee... pronto, pronto, eu precisava rir...

...

Passei os últimos dias deslocadaça, por força de um trabalho que me exigiu muito tempo de inatividade e disponibilidade total. Quanto eu digo muito tempo, eu me refiro à quase totalidade do dia útil. Enfim. Fiquei lendo o livro do Steve Martin, Born Standing Up, e quero dizer que é uma das leituras mais inspiradoras e lúcidas sobre a carreira artística que já li. Inspirador!!!

sexta-feira, 21 de março de 2008

peanuts


Terça passada fui fazer o meu show em Curitiba. Gostosíssimo - tocar com um dos meus melhores amigos, que é o Paulinho Sabbag, encontrar outros grandes amigos na platéia, tocar músicas que eu gosto pra um monte de gente que eu adoro.

Não sei ser objetiva sem estragar minha experiência. Relatos visuais no fotoblog. Meu irmão fez este cartaz deslumbrante e, como se fosse pouca coisa, ainda tirou as fotos e fez o videozinho que entrou no youtube.

Guile

Guile decidiu-se pela faculdade de Comércio Exterior. Minha mãe e eu estamos surpresas - e é só o que dá para fazer, afinal. Enfim. Ele está cursando Comércio Exterior na Unicemp, uma universidade muito boa, inclusive, e não avisou ninguém. Fez vestibular, passou e entrou no curso, e pronto.

Aí eu fui a Curitiba e ele resolveu me mostrar o que estava estudando. E eu observei que o caderno dele não tem nada escrito. Está tudo desenhado. "Mas como assim?", eu quero entender.

Guile me explica, mostrando um dos desenhos: "por exemplo, aqui, o tema da aula era 'poder e responsabilidade' Entendeu?" Na página, só há um desenho do Homem-Aranha.

Ahhhhn. Entendi. Poder e responsabilidade! O paradoxo do Homem-Aranha/Peter Parker! Nada mais simples. Dã.

Este é o meu irmão.

por que não?

- E para terminar, eu gostaria de dizer algumas palavras: Cone. Paralelas. Extremismo. Janaína. Zumzum. Muito obrigado.

segunda-feira, 17 de março de 2008

footprints

Traços de uma aventura com a banda do Leandro Cabral, no Upstairs Lounge, no Hotel Hyatt, sexta passada. Foi bacana.

quinta-feira, 13 de março de 2008

contardo calligaris: é proibido viajar

"Cem anos depois da invenção do passaporte com fotografia, chegamos nisto: uma ordem que só permite se movimentar para consumir férias ou para se relocar segundo os imperativos da produção. As regras que barram o viajante expressam nossa própria miséria coletiva: perdemos de vez o sentimento de que a vida é uma aventura. Preferimos a vida feita à vida para fazer. "

trecho da coluna de hoje, na Folha de São Paulo

segunda-feira, 10 de março de 2008

alta fidelidade *



- Menina, que cabelo lindo, até parece peruca!
- Mas é peruca, mesmo.
- Nossa, que lindo, nem parece.



* do jeitinho que chegou, ingualzinho.

...




will eisner

sexta-feira, 7 de março de 2008

sobre a natureza de uma polaróide*

A expressão polaróide esvaziou-se.

A marca Polaroid servia para identificar uma foto obtida instantaneamente. Normalmente, uma foto inesperada, com qualidade inferior, compensada pelo resultado imediato. Como não havia outra marca de máquina fotográfica instantânea no mercado - ou porque a Polaroid dominou o recall - este tipo de foto ficou conhecida como uma polaróide.

Hoje todas as fotos - digitais - são instantâneas, inclusive as feitas em estúdio, ensaiadíssimas, iluminadíssimas, as mais preparadas. E, ao contrário das polaróides, cujo papel fotográfico era caro e esgotável, estas fotos podem ser descartadas e/ou refeitas, quantas vezes os fotógrafos e fotografados assim o desejarem. A foto digital é mais rarefeita e ainda mais fugaz do que a polaróide. Mas a expressão - polaróide - como metáfora, perdura.

Hoje, o que seria uma polaróide? Metáfora para crônica? Fragmento de um cotidiano que pode ou não revelar (arrá!) uma vida?

A nova tecnologia exige uma metáfora operante, ou então.

polaróides*

1.
- Elizângela, esta é a Gigi.
- Oi, tudo bem? Muito prazer. O Uli fala muito em você.
- Ele não fica falando no meu cabelo, não, né?
- Não...
- Ah, ufa. Desculpa, mas eu não aguento mais as pessoas só falando no meu cabelo. Parece que não existe outra coisa no mundo. Que ridículo. Pelo amor de Deus, né, gente?! Hello-oo? Get a life! (...) Mas senta, querida, eu não mordo.

2.
- Lu, o que aconteceu aqui?
- Uma barata. Eu joguei detefon e depois botei fogo.
- Escute, eu estou indo pro escritório. Se você quiser, eu posso amarrar os restos da barata no parachoque do carro e ir esquartejando ela pelo caminho. Para servir de exemplo pras outras. Quer?

*eu avisei!

quinta-feira, 6 de março de 2008

sunday in the park with george



Estreou recentemente na Broadway um revival do musical de Stephen Sondheim, Sunday in the Park with George, escrito em 1984, se não me engano (e ganhador do Pulitzer Prize, coisa rara para um musical). A peça trata, no primeiro ato, da criação do quadro acima, Domingo à Tarde na Ilha de Grande Jatte (Dimanche à la Île Grande-Jatte), de Georges Seurat. Como se isto já não fosse etéreo o suficiente, encontramos o segundo ato cento e poucos anos depois, em Nova York, com o bisneto ilegítimo de Georges Seurat, George, artista plástico performático, tentando "ligar os pontos" (hein? hein?) e reencontrar o sentido de sua arte. Wow.

Tive a felicidade de assistir esta segunda montagem, do roundabout theatre. A primeira, histórica, com Bernadette Petters e Mandy Patinkin, existe em fragmentos por aí, para achar pela web, no you tube tem coisas lindas.

sábado, 1 de março de 2008

o chamado

Li Martin Eden, do Jack London, quando tinha uns dezessete, dezoito anos. Acho que já contei esta história, ou sinto que já contei muitas vezes, mas enfim. O livro teve uma influência definitiva nas minhas ações por vir - mais que Werther, ou Cartas a um Jovem Poeta, ou outros livros de teor romântico e humanista que li no mesmo período. É engraçado, pois estes dois últimos que citei são muito mais "bonitos". Mas Martin Eden me atingiu de uma maneira tão mobilizadora que foi o único livro que levei comigo quando saí de casa, meses depois. Suas idéias me serviram de apoio em horas de medo e solidão, de paralisia, em vários momentos que precisei de coragem. Curiosamente, o livro fala de um aventureiro que se suicida, por sentir (pelo que me lembro, já faz muitos anos) que não cumpriu sua vida a contento, que perdeu seu rumo nos corredores da alta sociedade.

Talvez por isto, ontem, tenha recebido um impacto tão grande assistindo Na Natureza Selvagem (Into the Wild), de Sean Penn. O filme conta a história de um garoto recém-formado da faculdade que doa todo seu dinheiro e cai na estrada, acompanhado de alguns poucos livros (Thoreau, London, Tolstoi) na mochila. A história é real. Durante dois anos, o menino cruzou os Estados Unidos, foi até o México, voltou e foi até o Alasca, onde acabou perecendo. O filme tenta recriar seu caminho, os encontros, as relações que estabelece, os afetos que descobre nele próprio e no mundo, a dignidade da Natureza e do Homem, Deus, as coisas maiúsculas que ficam escondidas entre as vagas do estacionamento do shopping no sábado à tarde.

Ainda não elaborei tudo. Talvez não consiga. Mas é filme para ficar cantando dentro da gente muitos dias, filme que ressoa. E, como é filme de estrada e de Alasca, filme que impregna a retina. Recomendo assistir no cinema.