quarta-feira, 27 de maio de 2009

notas para um verão, talvez

Em NY estréia Noite de Reis, de Shakespeare, no Delacorte Theatre. No elenco, Anne Hathaway faz Viola, Raul Esparza é Orsino e Audra McDonald é Olivia.

No Central Park, de graça, durante todo o verão (junho a agosto).

Tá bem na minha lista, junto com a nova montagem de Hair e a peça nova da Yasmina Reza (The God of Carnage) com o James Gandolfini no elenco.

e duas notas de repúdio à atual coleção outono-inverno:

1o. Quem inventou a calça sári estava de sacanagem. Vem cá. Ninguém percebeu ainda? Aquilo é feio.

2o. A bata não precisa ser o traje obrigatório para todos os tipos de evento social. Nem fica bacana em todo mundo.

Nem vou entrar na falta de imaginação da paleta de cores dos shoppings... Ou eu não recebi o memorando onde dizia que neste inverno só podia vestir roxo e verde-oliva. Cruzes.

Ou seja, back to brechó.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Papelaria e Copiadora*


Bob foi até o balcão do xerox, com seus livros e uma pasta de papéis. A balconista aproximou-se. Usava um bottom amarelo, grudado à altura do peito. Bob abriu um sorriso, lendo a inscrição no broche:

- Bom dia, Jussara.

Ela pareceu surpresa. Devolveu a saudação com um aceno de cabeça. Bob continuou:

- Jussara, você pode fazer cópia para mim deste material aqui? Não precisa ser frente e verso. E o livro é só o capítulo 8.
- Só um minuto.

A tal Jussara sumiu para o fundo da loja, carregando o material a ser copiado. Bob escutou algumas vozes e, dali a pouco, outra balconista veio. Esta usava óculos - e o mesmo bottom no casaco.

- Senhor? Nós não fazemos cópia de livros.

Bob olhou para o broche com o nome da atendente. Puxa! Que coincidência! Engrenou o sorriso e insistiu:

- Olá, Jussara, tudo bem? Veja só, eu não estou pedindo para copiar o livro inteiro. É apenas um capítulo.

A balconista estava levemente intrigada. Parecia incomodada. Sacudiu a cabeça e disse:

- Senhor, não podemos copiar nenhuma parte de livro. Se quiser, faço as cópias dos outros documentos. Fica oito reais.

Bob foi até o caixa, resignado. Desapontado com a frieza e a impessoalidade dos paulistanos. Abriu a carteira, estendeu uma nota de dez. Ao pegar o troco com o rapaz, olhou o nome escrito no seu bottom amarelo: Jussara.


Papelaria Jussara. O nome estava na placa, virada para a rua. Bob não voltou mais lá.




*como me foi contada pelo próprio Bob, meu amigo goiano-parisiense

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A tragédia dos erros




Recomendo bem. Pela oportunidade de ver em ação um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos - o material levantado pelo documentário é riquíssimo - e pela oportunidade de reflexão que a história oferece. O ocaso de Wilson Simonal é um dos mais aterradores episódios da música brasileira - pelo nível de celebridade que ele gozava antes de cair em desgraça e pela sucessão de erros trágicos que levaram ao seu ostracismo artístico.


Não há como ignorar. Não há como dizer "vão ver o filme para ouvir a música". A história de Simonal também é a tragédia da prepotência de um artista e da intransigência de uma sociedade; também é a tragédia de uma época em que ser alienado era tão perigoso quanto ser engajado.


Mas vão ver o filme para ver Simonal cantando, também. É uma maravilha.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Trabalhinhos

Juliana pegou outra gravação difícil: é às cinco da manhã, no depósito de um hipermercado da Zona Norte, sem aquecimento, numa semana em que o outono resolveu falar alto em São Paulo. Para piorar, não tem camarim: os atores tentam se arrumar dentro de um banheiro usado pelo pessoal da manutenção. O pessoal da manutenção, por sua vez, nunca se divertiu tanto.

A gravação é para um vídeo interno de treinamento, dirigido apenas aos funcionários de uma empresa. Na prática, isto quer dizer que o cachê é significativamente mais baixo, uma vez que a paga de um trabalho é proporcional à sua praça de veiculação. Se um comercial de veiculação nacional paga uns sete mil reais para um ator, hoje (em média), um vídeo de treinamento paga...

- Cento e cinqüenta reais?! – Juliana, indignada.
- Se você der nota – explicou a agente, ao telefone, quando passava o trabalho para a atriz – Caso contrário eu preciso descontar mais 13%.
- Caramba... – Juliana, conformada. – Eu arranjo uma nota. Mas vê se você vai atrás daquele pagamento meu que está atrasado!
- O que é que eu não faço por você, amor?

A ligação foi cortada, deixando Juliana com várias alternativas de resposta. Dezoito horas depois, ela está batendo os dentes ao lado de um display de produtos de limpeza, enquanto a diretora do vídeo mede a luz da gôndola e o reflexo das garrafas de sabão em pó líquido na sua pele.

- Ela está com olheiras. E o cabelo precisa prender.

Volta para a maquiagem. Dentro do quarto de vassouras, acocora-se com um secador e uma escova, enquanto repete: “Cento e cinqüenta reais”. “Cento e cinqüenta reais”.

- É um luxo ter alguém como você nesta gravação!

A diretora está sorrindo. Gostou de todos os takes, gostou do humor, gostou, principalmente, de não ter que repetir nada. Juliana aceita o elogio, com um aceno de cabeça.

- Vamos trabalhar mais juntas! – a diretora diz, entusiasmada. Juliana sorri de volta, querendo dizer “claro que sim”. A diretora continua:
- E se você estiver precisando de um trabalhinho, me fale.
- Bem, na verdade – Juliana entrega, abrindo os braços ao redor – eu estou precisando, sim. Estou aqui, fazendo este trabalho por cento e cinqüenta reais, porque estou precisando muito.
- Ah, pode deixar!

A diretora abre a carteira e Juliana sente uma onda enorme de vergonha. “Ela vai me dar dinheiro?” Tem vontade de falar, de impedi-la, mas está paralisada. Por fim, a mulher encontra um cartão, tira-o da carteira e mostra-o, como um amuleto:

- Aqui – ela sacode o cartão – você vai ligar para este número. Anote aí.

Juliana anota o número, com o coração aos pulos. A diretora continua:

- O nome da pessoa é Dalva. Fala que fui eu que te indiquei. A consulta custa cem reais. Ela abre todos os caminhos.

Hein?

- Estou falando sério – a diretora continua, diante da cara incrédula da atriz - Quando eu saio de uma sessão da Dalva, no portão o meu telefone já começa a tocar. Pense nisto como um investimento. E guarde este número!
- Obrigada – é o que Juliana consegue murmurar.
- De nada! Gostei de você!

Na van, de volta para casa, Juliana olha para o número gravado no celular. Os cento e cinqüenta reais da gravação vão cair no mês que vem, mediante entrega da nota fiscal. Dalva não abrirá seus caminhos.

a propósito da Nova Lei Rouanet

O INGRESSO DE TEATRO É BARATO

por Claudio Botelho*

Dentro de tudo o que tenho lido a respeito das novas proposições para a Lei Rouanet, incluídas aí as críticas e os apoios, uma questão me chama a atenção por estar sendo vendida como uma verdade absoluta, quando de fato é justamente o oposto: a questão do preço dos ingressos.
Os ingressos do teatro no Brasil são muito baratos. Não é verdade que nós cobramos ingressos caros para espetáculos que foram patrocinados com dinheiro público. Vou usar o exemplo da “Noviça rebelde”, espetáculo ao qual estou intimamente ligado e sobre o qual posso falar abertamente, para mostrar o quão distantes estamos de qualquer realidade competitiva praticando os preços que praticamos.

Nossa “Noviça” é, em tamanho do elenco, orquestra, técnicos e equipamentos de luz e som, exatamente do mesmo tamanho que o mesmo espetáculo montado recentemente em Londres, por exemplo. O ingresso mais caro lá é 60 libras, o que equivale a R$ 196.

O ingresso mais caro aqui é R$ 180 reais, e este preço se refere a pouquíssimos lugares no setor mais caro da plateia. Parece semelhante? Pois imagine se que um produtor de um espetáculo como este em Londres faz oito sessões semanais em teatros com pelo menos 1.500 assentos (no mínimo), enquanto que nós trabalhamos com no máximo seis sessões e em teatros cuja média de assentos geralmente não ultrapassa os 1.000 lugares, quando muito. (Não esquecer que aqui — e não lá — existe um descalabro que atende pelo nome de meia-entrada, ok?) Lembremo-nos ainda que este mesmo espetáculo em Londres fica, quando é sucesso, pelo menos três anos em cartaz — sendo que há os que ficam mais de uma década — enquanto nós consideramos um sucesso no Brasil qualquer peça que ultrapasse a barreira dos seis meses. O produtor de um espetáculo bastante similar ao nosso em Londres, Nova York ou qualquer cidade do primeiro mundo tem oportunidade de ver seus investimentos voltarem com prazos no mínimo cinco vezes mais largos que os nossos. Isso só para começar o paralelo.

A comparação não é boa? Por que não? Nós aqui pagamos os mesmos atores, músicos, bailarinos, técnicos, anúncios — ou alguém acha que um grande espetáculo de teatro como os grandes musicais é feito na base da camaradagem? Musical se faz com salários, não é uma ação entre amigos. Ninguém trabalha num musical pra ver o que vai dar na bilheteria e dividir igualmente os “lucros” depois. A folha de pagamentos da “Noviça rebelde” brasileira (que é apenas o meu exemplo) contempla mensalmente 75 profissionais, entre atores, músicos e técnicos, todos assalariados.

Apenas os grupos de produtores aos quais estou ligado profissionalmente mantêm em cartaz atualmente sete espetáculos de teatro no eixo Rio-São Paulo, empregando ao todo mais de 500 pessoas. Elas recebem o quê? Um agrado da produção? Um abraço, um beijo e uma permuta na pizzaria? Os direitos autorais de um grande espetáculo musical variam entre 11% e 15% da bilheteria.

Os teatros no Brasil cobram um aluguel geralmente de 25% da receita. Basta fazer a conta para entender que o que sobra para uma produção gerir seu negócio e pagar todo mundo é pouco mais de 60% da arrecadação. Agora, dá pra ouvir que nosso ingresso é caro e ficar calado? Ora, nós trabalhamos é no limite do impossível, isso sim! É uma ilusão achar que os patrocínios via Lei Rouanet conseguem arcar com os salários de toda essa gente. O patrocínio é fundamental para que se abra o pano e se coloquem em cena os grandes espetáculos, caso contrário os ingressos teriam que custar ainda cinco vezes mais do que custam, o que seria inviável para qualquer temporada.

Mas depois de estreado um grande espetáculo, a bilheteria é fundamental para mantê-lo funcionando. E grandes espetáculos só resistem em cena se houver mais de 70% da platéia lotada, caso contrário é fechar o pano e ir pra casa contar o prejuízo. Ninguém monta um grande musical pra se exibir para os amigos, os críticos, ganhar prêmios no fim do ano. Ou o público vem ou estamos fritos.

Ingressos mais baratos: eles existem. O preço que citei aqui é o do valor máximo, desconsiderando que a maior parte dos frequentadores de teatro no Brasil tem, sendo estudante ou idoso, 50% de desconto nos ingressos. A aberração da meia-entrada é assunto para outra discussão, mas fora isso, há ingressos em setores menos concorridos da plateia a preços muito mais em conta que os R$ 180 citados. E a famigerada carteirinha vale pra tudo isso.

O que importa é que, se queremos continuar a ter espetáculos de grande porte no país, temos de entender que eles custam caro. E a média de público de um espetáculo como a “Noviça rebelde” é, posso garantir, muito maior do que a maioria dos espetáculos “baratos” em cartaz nos grandes centros. O fato de ter um ingresso barato não garante a qualidade de um espetáculo.

Há peças a R$ 10 que não fazem nem dez pagantes em três sessões por semana. Agora, pensemos bem: alguém obrigou 200 mil pessoas a assistirem a “Noviça rebelde” até agora? Ou foi uma opção pessoal de cada um ir lá e pagar o ingresso “caro”? Não há a menor possibilidade de continuarmos a ter grandes musicais no Brasil se pensarmos em baixar os preços dos ingressos. Sugerir que nossos preços são altos é o mesmo que sugerir que um restaurante cinco estrelas não deva cobrar o que cobra por um prato de risoto. Ou que lojas de shopping não cobrem R$ 500 por um jeans rasgado. Cada um vai ao restaurante que quer e compra o jeans que quiser, há escolhas e, que maravilha!, vivemos no Brasil e não na Venezuela.

O patrocínio e a subvenção são apenas o start necessário para que um grande espetáculo consiga ganhar a cena. Imaginar que podemos fazer o que fazemos, empregar as multidões de artistas e técnicos que empregamos de verdade, com salários e condições dignas de trabalho — sem patrocínio e cobrando preço de arquibancada de futebol é debochar do nosso ofício. Ou ainda — como parece ser a nova “onda” das reformulações na Rouanet — sugerir que as faixas de renúncia fiscal para as empresas que patrocinam o teatro sejam algo menor que os 100% de hoje em dia é decretar definitivamente que o teatro brasileiro voltará a existir em suas velhas três sessões por semana, um paninho pendurado no fundo do cenário, um refletor e um ator dizendo poemas em cena. Tudo isso é lindo, digno, culto e tem elevados méritos artísticos — mas para onde vão os nossos 400 assalariados? E pra onde vai o público de 200 mil pessoas que veio nos assistir só na “Noviça rebelde” —, para uma locadora de vídeo?

Claudio Botelho

* Artigo publicado no Jornal O Globo em 13/05/09.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Dia das Mães*

Cinco da manhã em Ribeirão Preto. Regiane e seu noivo, Luis, espanam o sono dos olhos enquanto alongam rapidamente coxas e panturrilhas a caminho da rua. Ainda não há sol, mas é preciso sair logo, pois o calor promete ser inclemente dentro de poucas horas e o treino será longo. Cinco minutos atrás, eles engoliram dois nacos de pão com manteiga e beberam um gole de suco de soja – não dava tempo de passar um café e iriam acordar o resto da casa. Agora já começam a trotar pelas calçadas da cidade vazia, num domingo em que as mães acordarão mais tarde.

Nem tão tarde assim, porém. Às nove, quando os dois estão de volta da corrida, encontram a mãe de Regiane desasada, aflitíssima, à porta da casa:

- Graças a Deus! Eu ia chamar a polícia.
- Mas, mãe – Regiane tenta acalmá-la – Eu avisei, ontem, que nós íamos correr.
- Correr pra onde?
- Correr, mãe. Por aí.
- Mas precisa correr tanto?
- Mãe, a gente está treinando para a maratona.
- Sei – a mãe sacode a cabeça.

Regiane e Luis ensaiam entrar na casa. Hesitam. O noivo coça a testa, encarando os novos parentes – sogro, cunhadas, todos intrigados, sentados à mesa do café. Dia das Mães com a família da noiva e a sensação de ser um alienígena suado.

Sentam-se para o café. Fazer o quê? Lavar o rosto e conversar. A irmã pergunta novamente o porquê da correria uma hora daquelas. Um tio comenta que Regiane já está magra demais para fazer tanto exercício. É o gancho para a outra irmã acrescentar que Regiane deveria fazer musculação, ao invés de corrida, pois o exercício aeróbico emagrece demais.

Calada, a mãe observa a filha mais velha se explicando, o novo genro esticando os lábios em direção às orelhas, na tentativa de sorrir. Serve-se de um copo de café e pergunta:

- Minha filha, e depois?
- Depois o quê, mãe? – devolve Regiane.
- Você corre esta maratona... e depois, o que acontece?

Regiane suspira.

- Não acontece nada, mãe.

A mãe dá um sorriso. Vitoriosa. Corta dois pedaços de bolo de milho e serve-os para a filha e o genro exaustos.



*um agradecimento especial à Renata Briani, que me contou a história que inspirou esta croniqueta.

terça-feira, 12 de maio de 2009

vão ver vik



Vik Muniz - Medusa Marinara



Há uma retrospectiva de Vik Muniz no MASP, em cartaz até junho. É uma oportunidade estupenda de conhecer ou reconhecer a abrangência e o alcance deste artista magnífico.



O que mais me assombra no trabalho de Vik Muniz, à parte o virtuosismo que sugere uma obsessão, é a sua comunicação imediata e poderosa. Pela escolha dos elementos e das mídias, os seus retratos ganham camadas e mais camadas de história; tudo ganha um subtexto, uma sensação adicional à primeira impressão. A sua obra sempre convida: olhe melhor, olhe atentamente.



Curioso; para fins de catálogo, Vik Muniz é definido como fotógrafo. Realmente, todas as suas obras são exibidas neste suporte final: a fotografia. Mas o jogo começa aí para o espectador, que pensa enxergar uma tela, depois entende que está vendo a foto de uma escultura, ou de uma colagem, ou ainda de uma pintura que foi fotografada propositalmente sem foco. É um jogo de ilusões, ou ainda um discurso eloquente sobre a percepção da realidade.



Voltarei ainda umas duas vezes, pra olhar de novo. Quem quiser ir comigo, pode me chamar.



Vik Muniz - Garbage Works

segunda-feira, 4 de maio de 2009

excesso de humildade é antipatia

Estava parada na saída do teatro, ontem, quando uma senhora se aproximou:

- Oi... Você é...
- Acho que não - cortei, tentando ser educada, mas já desencorajando a abordagem. É recorrente me confundirem com a Estela Ribeiro - que faz o personagem da Baronesa - na saída do espetáculo e ficarem desapontados ao saber que eu interpretei uma das freirinhas. O pior é o fato da Estela sair quase sempre incógnita do teatro, pois ela está irreconhecível no palco, com uma peruca ruiva e curtinha, e realmente parece mais velha em cena.

- É você sim, não é? - a senhora chegou mais perto.
Sorri e fui me afastando, abaixando a cabeça.
- Você não é a Anna Toledo? - ela insistiu.
- Oi?
- Eu sou a Joyce, de Curitiba. Não lembra de mim?

Puuuuutz.

Era a maestrina do Coral Curumim. Eu estava tão incomodada com a provável confusão que nem olhei pra cara dela. E depois fiquei tão sem-graça que nem consegui perguntar como iam as coisas, mandar lembranças, etc. Um horror. Se alguém de Curitiba ler este post e encontrar a Joyce, por favor, peça desculpas por mim pelo mau-jeito. E mande as minhas lembranças ao querido Coral Curumim. Obrigada.