sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Deixe-me ir, preciso andar



A primeira vez que saí em busca de mim mesma foi um fracasso. Passei batido, sem me enxergar. Eu não era nada daquilo que imaginava.

Da segunda vez, mais preparada, combinei de usar uma écharpe vermelha no pescoço, para me reconhecer quando me encontrasse. Funcionou, mas foi igualmente decepcionante. Não sei, acho que eu esperava outra coisa, foi difícil engrenar um assunto. Eu só sabia falar de mim, de mim. Era tão óbvio.

Ainda não desisti de mim mesma. Pretendo me encontrar novamente, um dia, e quando isto acontecer, espero ter alguma coisa interessante para me dizer. Li em algum lugar que se a gente baixar o nível de exigência, tem mais chances de se aceitar e ser feliz consigo mesma. Prometo que vou tentar. Mas é melhor que eu tenha melhorado só um pouquinho.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

e o troféu momento embaraçoso do ano vai para...

Estava no banheiro, linda, folheando a Vogue. A revista no chão e eu sentadinha, sem os óculos, só olhando as figuras e passando o tempo.

Chamou a minha atenção a Gisele Bündchen, de vestido branco-prata, linda (claro), com uma bolsa esquisita. Uma bolsa horrorosa, para ser sincera. Gente, uma bolsa muito feia. A cor era até interessante, um chocolate brilhante, mas a bolsa era de um mau-gosto descomunal, a bolsa parecia uma barata, nem mesmo a Gisele dava dignidade àquilo.

"Esses designers são muito arrogantes" - pensei, comigo mesma.

Neste momento, meu gato Wilbur aproximou-se da revista e a bolsa saiu correndo.

Era uma barata.

Aaaaaaaaaaaaaaaargh!!!!



P.S.: o Wilbur matou a barata antes de eu terminar de dizer "nojo".

P.S. 2: Devo começar a ir ao banheiro de óculos, daqui pra frente.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

desaforos na sua casa

Abri a gaveta do banheiro e lá estava ele, todo encolhido, mofado nas bordas, esquecido há anos naquele lugarzinho, mas ainda reconhecível: um desaforo. Quando foi que eu o meti naquele canto?

Como regra de caráter, não levo desaforo para casa. Mas às vezes acontece. Remôo alguns pelo caminho de casa, trago-os até o café da esquina, na esperança de afogá-los ali mesmo. Eventualmente um danadinho destes me acompanha até o lar.

Examinei-o bem de perto. Este era dos bons. Mesmo assim, era tempo demais para guardar um desaforo, mesmo um daquela qualidade. O bichinho já começava a se desmanchar, borrava uns detalhes, não era a mesma coisa.

Melhor deixá-lo ir. Joguei-o na privada e dei descarga.


Fui olhar embaixo do tapete, ver como iam as mágoas. Estas, sim: crescem bem, com qualquer coisinha, e tem ótima resistência!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

desconexos

Assisti Koyaanisqatsi ontem, no DVD - 25 anos depois de assistí-lo, embasbacada, na tela do cine Astor.

É muito diferente vê-lo hoje, claro, porque é um filme ingênuo, ultra-didático, situado no período da Guerra Fria, da Corrida Espacial. Os inimigos eram outros, a economia mundial estava em aquecimento, não se falava em islamismo ou terrorismo.

É um filme interessante porque continua lindo de se ver. Mas tem uma retórica rasa. Tipo: "A Natureza é boa. O Homem é mau."

Ora, um homem - no caso, Phillip Glass - compôs a música deste filme, que é uma obra-prima. E outro, por tacanhas que fossem suas idéias políticas, criou uma tecnologia espetacular de captura de imagem, que revolucionou o cinema e a televisão. Não se ganha nada com a generalização.

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Fun fact! Numa das sequências finais de Koyaanisqatsi, os fãs de Madonna vão encontrar, em perfeito estado, o background luminoso de Ray of Light, incluindo a boatinha onde a Madonna vai parar no final do clipe.

Aliás, quem é o diretor de Ray of Light? Não consegui descobrir.
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E por falar em raso: assisti o Grammy ontem, só pra passar raiva. Ô, que vergonha... O que que é a Kate Perry?! Aquilo era pra ser transgressor?! A mina esticando o dedinho para beijar as fãs, cantando I kissed a girl? Cadê a Britney bêbada?!!! Que droga!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

eu te vi passar pela tela da tevê

A canção chama-se Thaís, de Marcelo Amazonas.

Anna Toledo (voz), Marcelo Amazonas (piano), Jorge Mueller (flauta), Rafael Ferrari(contrabaixo), Ramon Montagner (bateria). Arranjo de Marcelo Amazonas.

Gravado no All of Jazz, em São Paulo, 4 de fevereiro de 2009.