quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Persepolis

Persepolis é a história da iraniana Marjane Satrapi. Ela cresceu no Irã durante a Revolução Islâmica, exilou-se em Viena na adolescencia, durante a guerra Irã-Iraque. Voltou ao seu país, para encontrá-lo ainda mais intolerante e irrespirável, até partir definitivamente para a França, onde estudou Artes Gráficas e, mais tarde, escreveu/desenhou sua obra-prima autobiográfica.





A graphic novel Persepolis foi comparada pela crítica a Maus, de Art Spiegel - muito apropriadamente, aliás: Marjane conta que foi depois de ler esta última que teve a iluminação de contar a própria história em quadrinhos.



Ainda não li Persepolis. Mas estou profundamente emocionada com o filme - Persepolis (2007) - que acabei de assistir. Ao que tudo indica, para variar, o livro vai mais fundo nos detalhes cotidianos do Irã dos anos 70 e nas transformações dos hábitos da população. O filme, no entanto, é belíssimo e muito comovente. O foco é a família de Marjane - um núcleo de pessoas esclarecidas, cultas, descendentes da antiga família real (anterior ao Xá) e com simpatias esquerdistas - que se opõem ao regime do Xá, torcem pela república popular e vêem-se, finalmente, prisioneiros da tirania islâmica instaurada pelo próprio desejo popular. Aha.


Dentro deste panorama dramático, há o pequeno drama de Marjane, deslocada em toda a parte, exilada na Áustria, exilada em seu próprio país, privada de seus valores verdadeiros. O filme fala de valores reais, dos que dão dimensão e identidade, dos valores que fazem sentido na vida.




P.S.: Persepolis, o filme, foi dirigido pela própria Marjane Satrapi e por Vincent Parronaud. Ah, é um filme de desenho animado em 2D, P&B, tudo de bom.

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