quarta-feira, 8 de agosto de 2007

George, o cara.

A primeira vez que ouvi falar nele, foi no filme “Quando Éramos Reis” (When We Were Kings, 1996), que narrava a inacreditável luta entre Foreman e Ali no Congo/Zaire. Depois, muito entusiasmada, li o livro do Norman Mailer, “A Luta”, sobre o mesmo tema, e fiquei conhecendo mais este sujeito intrigante.

George Foreman tem uma vida inacreditável, ou vidas. Os gatos têm inveja dele. Pois senão, vejamos: de marginal de rua, virou campeão olímpico de boxe, depois campeão mundial com 32 vitórias consecutivas, até 1973 - todas por nocaute.

Em 74, ocorreu a lendária Luta na Selva (ou Rumble in the Jungle, que soa incrivelmente melhor), no Congo/Zaire, contra o desafiante Muhammed Ali – que tinha perdido o título e sido preso por se recusar a lutar no Vietnã, mas esta é outra história. George Foreman não havia perdido uma luta sequer e era mais pesado e monstruosamente forte. Ali dançou em volta dele durante oito rounds e, quando Foreman se cansou, aplicou-lhe uma seqüência rápida de golpes na cabeça, conseguindo o nocaute.

Em 77, Foreman recebeu um chamado, logo após uma luta. Ele ouviu a voz de Deus, pedindo que mudasse de vida. Parou de lutar, dedicou-se à religião e foi ordenado ministro de uma igreja no Texas. Dez anos depois, já com 38 anos, voltou aos ringues e, de pouco em pouco, foi ganhando lutas até desafiar o campeão Evander Hollyfield, em 1991, e, finalmente, recuperar o título mundial em 1994, aos 45 anos.

2007: preparo o meu jantar num George Foreman - que ganhei de presente depois de uma campanha maciça do tipo “não esqueça do meu George Foreman”, ao longo de seis meses. Grelhei duas fatias de berinjela e três shitakes junto com um bife de fígado suculento. O grill é uma das coisas mais perfeitas que temos em casa. Não deixo de pensar no quanto o George Foreman é um sujeito bacana, enquanto saboreio minha comida.

O próprio George (notem a intimidade) concorda que é mais conhecido pelo grill que licencia do que pela sua inacreditável trajetória. E ele não se importa nem um pouco. Tem 58 anos e, provavelmente, mais umas cinco vidas de sobra.

Um comentário:

Juno disse...

E já ganhou uma doleta por cada gril vendido... até onde eu soube (faz um tempinho), já eram noventa milhões... pobre George...