Abri a gaveta do banheiro e lá estava ele, todo encolhido, mofado nas bordas, esquecido há anos naquele lugarzinho, mas ainda reconhecível: um desaforo. Quando foi que eu o meti naquele canto?
Como regra de caráter, não levo desaforo para casa. Mas às vezes acontece. Remôo alguns pelo caminho de casa, trago-os até o café da esquina, na esperança de afogá-los ali mesmo. Eventualmente um danadinho destes me acompanha até o lar.
Examinei-o bem de perto. Este era dos bons. Mesmo assim, era tempo demais para guardar um desaforo, mesmo um daquela qualidade. O bichinho já começava a se desmanchar, borrava uns detalhes, não era a mesma coisa.
Melhor deixá-lo ir. Joguei-o na privada e dei descarga.
Fui olhar embaixo do tapete, ver como iam as mágoas. Estas, sim: crescem bem, com qualquer coisinha, e tem ótima resistência!
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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Um comentário:
puts,
faxina adiada!
n.
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