quarta-feira, 15 de abril de 2009

Moshi-Moshi


É muito bom ter um blog, pela absoluta falta de compromisso - com a coerência, a consistência temática, enfim. Hoje, por exemplo, vou falar do que comi na noite passada.

Descobri há pouco tempo, lendo num livro de viagens do Antoine Bourdain, que o sushi e o sashimi não são exatamente considerados comida para os japoneses. São iguarias, sim, servidas antes da refeição principal. E é só o que nós, brasileiros, conhecemos e comemos. Para fazer um paralelo bem paulistano: seria como se nós fôssemos numa magnífica cantina e nos contentássemos em almoçar pão com sardella.

Munida desta nova indignação, e do meu caderninho com endereços valiosos de restaurantes na Liberdade - fornecidos pela Sheli, minha amiga japonesa com certificação de origem - resolvi ir ao Kaburá e encarar aquele cardápio com fotos de pratos desconhecidos.

Já tinha ido ao Kaburá uma vez, sentado no balcão e observado os sushimen gritando "Haaaaaaai" e "Iokonokosonokoioko" (ou algo semelhante) a cada cinco minutos enquanto cortavam os peixes e jogavam crustáceos gigantes na panela. Mas da primeira vez eu tomei saquê e comi - reconheço - o melhor sushi da minha vida. E foi só isto. A verdade é que eu tinha sido intimidada pelas 30 páginas do cardápio - só fotos.

Desta vez eu sabia que tínhamos que pedir sushi só de entrada (porque o sushi de lá é imperdível), mas era imperativo escolher um prato. Acabamos escolhendo uma espécie de loucura que eu nunca vou lembrar o nome, algo com nogu-nogu, ou chamu-chamu, e que era um festival de legumes, peixes e temperos aferventados numa panela, sobre a própria mesa e depois mergulhados num molho megapicante.

(era o príncípio de um sukiaki, mas no sukiaki vai carne, ovo, arroz, a panela é diferente e o molho é outro, então, bem, era diferente, ahaha.)

Saímos do lugar quase duas horas depois, passados. Um novo portal calórico se abrira para nós.

...
Muito além do sushi

Na Liberdade, a maioria dos restaurantes serve refeição japs, é só saber pedir. O Kaburá fica na rua Galvão Bueno, é uma portinha com cara de bar. De restaurante, tem o Takô, que tem uma refeição completa incrível (com um pudim de ovo memorável), na rua da Glória. E tem vários na Tomás Gonzaga, todos cujos nome e aparência desafiam minha memória: são portinhas de correr, uma ao lado da outra, e ninguém fala português direito, mas a comida é ótima.

Um comentário:

thais cavalcanti disse...

okay, eu preciso saber o nome do prato. me deu água na boca só de imaginar! hehehe