quinta-feira, 2 de abril de 2009

teoria do caos

Hoje a Neide limpava meus livros, quando comentou: "Isso aqui está uma bagunça". Ao que eu respondi: "E você fez tudo isto sozinha!"

Atualmente, as obras completas de Shakespeare estão junto com o Dicionário Alemão - Português e o Guia Quatro Rodas Fim de Semana em São Paulo. Há um sistema. Deve haver algum tipo de associação (livros grossos? capa escura?).

Os Saramago foram desbaratados. Cheguei a achar que um maníaco tinha passado aqui em casa e levado meu Ano da Morte de Ricardo Reis. Nada. A Neide levou-o para passear na prateleira de biografias. Está do lado do Freud e do Billy Wilder. Vejam. Há um método.

Os livros de poesia foram anexados à prateleira de livros estrangeiros, na língua original (estaria a Neide querendo dizer algo? ). É sério. Ela misturou os meus guias de viagem com O Mundo É Plano, ahahaha. Finalmente, (que nada) ela empilha sem a menor cerimônia o que não consegue recolocar e deixa um livro sobre o outro, em colunas assimétricas. Não deixa de ser engraçado, quando eu não estou com vontade de matá-la.

- É por isto que o Dr. Marcel não deixa eu mexer nas coisas dele. - conclui a Neide, com o desplante de uma bananeira, enquanto termina de passar o pano na estante.

2 comentários:

Nara disse...

hehe, me lembrou muito o Sr. brecht, do portuguesíssimo Gonçalo Tavares. Vc conhece?

tem uma "lógica" sobre arrumação de bibliotecas. Não achei o livro na minha estante!!! - para passar um trecho (palavra estranha... t r e c h o )


=/

Fabrício Vieira disse...

às vezes eu acho que deveria ter um prêmio para as empregadas que melhor (des)arrumam as coisas.

elas, além estragarem as camisetas cujas estampas estão subtendidas pela cor da malha (as nossas favoritas), conseguem fazer com que a prateleira de livros fique uma coisa surreal-dadaista-neobarroca; "Ensaio sobre a cegueira" com "O Evangelho segundo Jesus Cristo" pra quê, quando fica mais bonito "Macunaíma" ao lado do "As Cidades e as Serras"?

talvez não nos damos conta, em meio a tantas preocupações cotidianas, de que elas são verdadeiras artitas;
e são.

adorei seu blog.
até breve.

Fabrício Vieira