terça-feira, 25 de novembro de 2008

i'd rather be singing

Em 2004, fui ouvinte no mestrado de Música da UNESP - não cheguei a frequentar o curso por mais de um semestre. Hoje, faxinando, encontrei o caderno na gaveta. Entre muitos desenhos de leões (pelo jeito, uma fixação, na época) e de algumas divas wagnerianas, encontrei as seguintes anotações:

"O objeto sonoro, como som extraído, foi descontextualizado. Forçar uma audição morfológica do objeto sonoro e abordar fenomenologia."

"A escrita existe de uma forma latente no sentido notacional do termo. Processo dialético".

"O pensamento serial vem em oposição ao estruturalismo, enquanto representacionalidade simbólica".

"Sintese são sons com suporte informacional"

E uma carta:

"Caro Deus,

Eu não sei para onde ir e estou indo. Agora eu me trouxe até a UNESP, onde me sinto incrivelmente deslocada ou inadequada, apesar de identificar entre os meus colegas pessoas boas. Não consigo estabelecer um contato. Aliás, eu ainda não cheguei aqui. Eu me trago até aqui todos os dias, mas não chego."

2 comentários:

st denis disse...

'Postagem caricatura' síntese do nosso academicismo hilário. Se não fosse trágico. 'A carta a Deus' é um doc apropriadíssimo ao 'anna-luminaria.com'. Concorre com Beto Bruel e Nadja Naíra no quesito iluminação. Ehehehehehehehehehehehe

Nara disse...

gostei tanto dessa carta ao Caro Deus, Anna.

ela é sim um objeto sonoro desmistificado


n.