quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

um solzinho particular


O meu amigo Marcelo Amazonas está no Brasil. Veio gravar seu segundo disco e tocar suas músicas para uns espertos que aparecerem no All of Jazz na quarta feira que vem. Significa que apesar desta chuvarada toda, tem um solzinho prometendo despontar para quem quiser ouvir.


Marcelo - Momô, para os chegados - faz a música mais solar que eu já presenciei. Até as músicas que falam de tristeza abrem pro céu e deixam ver a luz. É um som que remete às origens da Bossa Nova, no melhor sentido, na mais pura essência: harmonias deslumbrantes, vocais em cortina, sugerindo natureza, grandes painéis harmônicos e rítmicos, um luxo.


Serei a vocalista convidada do show, ou seja, a intérprete de algumas canções. Então estamos ensaiando aqui em casa: Momô me ensinando pacientemente os padaiás e laiês exatos, como devem soar. Ele traz tudo escrito. Aí uma hora eu estava no meio de um "badaiá laiá laiá" totalmente jobiniano e comentei, rindo:


- Vige. Até parece que bateu um sol de lado, agora, na minha cara.


O Momô pulou no banco do piano:


- Isso! Isso! É isso! Tem que bater um sol! Assim é que tem que soar!




Serviço:
Marcelo Amazonas em Nova Bossa Nova
- participação especial de Anna Toledo
Quarta Feira, 4 de fevereiro 22h
All of Jazz : rua João Cachoeira 1366 São Paulo - SP

www.allofjazz.com.br

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uma graça

Visite o Google hoje. Por qualquer pretexto.

É aniversário de Jackson Pollock.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

só pra lembrar


mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse raimundo
seria uma rima, não seria uma solução
mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração



carlos drummond de andrade


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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meryl Streep no SAG

Ontem foi a premiação do SAG Awards - o Screen Actors Guild Awards. É o prêmio em que apenas os atores sindicalizados votam - e apenas nas categorias de atuação - nos melhores trabalhos de cinema e televisão do ano passado. É um prêmio muito conceituado e desejado pelos atores, por significar reconhecimento de seus pares - apesar de ter pouco impacto na indústria cinematográfica, ou seja, não se transformar em bilheteria, como o Globo de Ouro ou o Oscar.

Então, lá estava a Meryl Streep indicada a melhor atriz pela, vamos dizer, 20a. vez seguida*, como acontece todos os anos, quando, o Ralph Fiennes abre o envelope e diz: " e o Actor** vai para Meryl Streep"

Ela levou um susto tão genuíno que visivelmente quase caiu da cadeira. A platéia toda parecia aliviada. Eu fiquei aliviada. Já estava de saco cheio desta história de "ela não precisa mais ganhar nada" Como assim? Todo ano a mulher ia lá e ainda conseguia surpreender, arrebatar, e já estava ficando por isto mesmo, como se já fizesse parte das obrigações de ser Meryl Streep. Adorei.

Aí ela conseguiu subir no palco, às gargalhadas. Estava com uma blusa preta de tafetá, um rabo de cavalo simprinho e uma calça comprida confortável. E sapatos baixos. Ou seja, tinha ido para aparecer sentada na televisão! Quando conseguiu respirar, segurou o troféu, foi para o microfone:

- Se eu imaginasse que isto poderia acontecer, teria vindo de vestido! - e gargalhou de volta.


Foi a melhor da noite.

Curiosidades no SAG Awards

A indicação do Dev Patel para Melhor Ator Coadjuvante por Slumdog Millionaire. Dã. Se ele é o coadjuvante, quem é o principal? Os atores americanos ficaram com pruridos de indicar um garoto indiano imberbe e desconhecido para a principal categoria da noite? Ou foi alguma questão burocrática (ele não é sindicalizado e só poderia concorrer na categoria de coadjuvante, sei lá)? Afinal de contas, ele é só o personagem-título.

De todo o modo, o premio de Melhor Elenco - a premiação máxima do SAG, que não premia o melhor filme, mas o melhor desempenho em conjunto - foi para Slumdog Millionaire. Considerei este um resultado surpreendente, pois imaginava que Dúvida tivesse mais chances no SAG - afinal, falamos de um elenco com Meryl Streep, Phillip Seymour Hoffmann, Amy Adams, Viola Davis...



*Não sei quantas indicações Meryl Streep acumula ao longo da carreira. Parei de anotar quando ela superou as 14 da Katherine Hepburn. E na época da Kate Hepburn só havia o prêmio da Academia!

** O prêmio do SAG chama-se... Actor.



Aqui a lista completa da premiação.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

na academia

- Nossa, cara.
- Pois é, emagreci. Tô com 73kg.
- Quanto você pesava?
- 86kg.
- Mas então você perdeu muito músculo.
- Não. Só perdi o gosto, mesmo.

começa a mesa-redonda do oscar!

Primeiro, a minha agradável surpresa: descobrir que traduziu-se o título de Slumdog Millionaire aqui no Brasil para o simpático "Quem Quer Ser um Milionário?" Já gostei.

Aí as indicações: a briga feia ficou mesmo entre "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Quem Quer Ser um Milionário", um concorrendo a treze premios, outro a dez.

Assisti Benjamin Button na semana passada. (spoiler alert!)
Correndo um sério risco de passar por rabugenta, achei o filme absolutamente previsível. Bonito, claro, com lindos atores, a Cate Blanchett, pelo amor de Deus..., a Tilda Swinton sempre elegantérrima. Mas a cada cena, eu lembrava de outro filme onde eu já tinha visto a mesma coisa - e o desfecho era igual. De um modo geral, Benjamin Button, na estrutura narrativa, parece filho de Forrest Gump com o Paciente Inglês: ao invés de retardado, ele é uma criança num corpo de velho, o que dá quase no mesmo. Tem o amigo marinheiro-rude, a mãe sulista, a namorada de infância meio artista que está sempre dando pros outros menos pra ele, tem a fase em que ele resolve sair e correr o mundo e acaba participando de um momento histórico...
E aí, pontuando isto tudo, tem uma velhinha agonizante num leito de hospital, contando a própria história para a filha (Julia Ormond, que está a cara da Juliette Binoche, do Paciente Inglês, ahahaha).

Nem comentei dos efeitos especiais que fazem a Cate Blanchett ficar com 18 anos e dançar balé clássico e o Brad Pitt ter cara de 17 anos. Parece Final Fantasy. Mas esta é a parte legal. Só que eu não estava muito na onda do filme.


Quem Quer Ser um Milionário?, por sua vez, é tudo menos alguma coisa que eu já tenha visto. (spoiler alert!) Na verdade, ele sugere às vezes a influência visual de Cidade de Deus. Mas o enredo é uma maravilha e o jeito de contar a história - a partir de um interrogatório policial, que gera o flashback do jogo do Milhão, que gera os flashbacks da vida do narrador - é brilhante. Eu adoro os atores, adoro cinema feito com gente e texto e idéias, acho um sopro de ar fresco. E a música.... Uau!


Bom, sobre as outras indicações, eu só gostaria de protestar (é claro) pela não-indicação do Tom Cruise por Trovão Tropical! Foi uma das performances mais legais do ano passado, tão surpreendente que a maioria de nós só o reconhecia lá pelo meio do filme! O Robert Downey, Jr. foi indicado por Trovão Tropical, merecidamente, mas o coleguinha Cruise merecia ter ido junto.

Dica: se alguém ainda não assistiu esta maravilha, pegue Trovão Tropical no DVD. É o filme mais engraçado do ano passado. Com ressalvas para os espíritos mais sensíveis e delicados, pois é totalmente rude, incorreto e hilariante. Os extras são absurdos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Legendas para uma efeméride

do blog da Nara, craro :-)






Religiosa: Meu Deus! Hoje já é 19? Valha-me!


Grega: Os trabalhos e os dias... 19? Já?!


Romana: 19?Sic horae volant...


Desbocada: Caralho! Hoje já é 19?! Vá se fuder!



Robertão: Hehe! 19?Os dias passam correndo, vou acabar te perdendo...


Caetano: 19?Tempo, tempo, tempo, tempo...


Carroll: Ai, ai, meu dels! Ai, ai, meu dels!É tarde, é tarde, é tarde!


Baby & Pepeu: Pois todo dia era dia de índio...


Machado: Matamos o tempo, o tempo nos enterra


Deutsch: Morgen, morgen, nur nicht heute; sagen alle faulen Leuteund so weiter...






Assionara Souza

sábado, 17 de janeiro de 2009

na ponta dos pés


às vezes o tempo se esfrega na minha cara

e é só assim mesmo


de resto

eu salto e ando na ponta dos pés

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

a questão da embalagem

O rally Paris-Dakar está sendo disputado no Chile. Verdade. Por causa do terrorismo, o evento foi cancelado, no ano passado (porque atravessava vários países de credo muçulmano, com grandes riscos - adicionais - para os concorrentes da disputa). Este ano, decidiu-se manter o evento histórico, mudando o local. Então o lendário Paris-Dakar este ano ocorre do Deserto do Atacama, entrando pelo interior da Argentina até Buenos Aires. Se não me falha.

Não se cogitou mudar o nome do Rally para Rally dos Andes, sei lá. Questão de patrocínio, de organização, ticetra. É mais ou menos como o Rock in Rio Lisboa.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

lançado o desafio

Considerando que:

As distribuidoras nacionais desenvolveram o discutível hábito de não traduzir ou converter o título dos filmes, mesmo que ele seja completamente impronunciável pelos nativos (lembram do recente " 007 - Quantum of Solace"? );

As mesmas distribuidoras adotaram outro discutível hábito de incorporar subtítulos absolutamente genéricos, que remetem a outros filmes e confundem o consumidor (ex.: alguém saberia dizer que filmes são “O Jogo do Amor?”, Jogos de Amor” e “Jogo de Amor?” pois é... vai no imdb);

As chances do mercado lançar um filme com o nome "Favelado Milionário" são mínimas;


Vamos ao desafio: Com que título será lançado no Brasil o filme Slumdog Millionaire?

Meus palpites são:

a) "Slumdog Millionaire - Tudo por Um Sonho"
b) "Slumdog Millionaire - O Show da Vida"
c) "Slumdog Millionaire - Tudo por Amor"






Lembre-se: você viu primeiro aqui!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

sábado, 10 de janeiro de 2009

estou de parabéns

Passei na primeira fase do concurso pra professora da ULM.
La la la la la. Viu, já serviu pra alguma coisa esta arenga dos históricos escolares.

Já pensou, que legal?
A parte que eu mais gostei de todo o processo até agora foi na hora de entregar minha papelada, na ULM, em que todo mundo me chamava de professora. Ahahaha. Cada foca com a sua sardinha.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

resgates

Por conta de uma inscrição num concurso, precisei ir atrás de um histórico escolar que nunca tinha ido buscar. Era um dos meus entrechos biográficos em que eu dava de ombros e dizia "pois é, foi assim mesmo", na falta de documentação melhor.

Morei quatro anos em Brasília, pouco depois que saí de casa. Durante estes quatro anos, cantei no coral da UnB, trabalhei nos empregos mais variados, morei em uns dez buracos diferentes dentro do Plano Piloto e estudei quase todos os dias na Escola de Música de Brasília.

Quando vim embora da cidade, porém, eu me fiz uma promessa muito séria: a de que nunca mais voltaria para lá de ônibus. (Quem já fez alguma viagem rodoviária para Brasília vai entender. Afinal, Brasília só fica perto mesmo é de Pirenópolis.) Sou boa de cumprir promessa e as promoções de passagem aérea para Brasília não me convenceram - até hoje. Então ficou muita coisa pra trás, inclusive todos os meus móveis, meus livros, e mesmo documentos, tipo meu histórico escolar. *

Então, hoje!, chegou o meu histórico escolar, pelo correio. Foram 8 semestres na Escola de Música - correspondente a um Curso Técnico. Fiquei olhando as minhas notas com um orgulho alegre (sempre fui boa aluna, fazer o quê?) e através do papel eu via os corredores e as salas e ouvia os sons e via até o Roberto Correia tocando viola na biblioteca, andando entre os livros e cantando "moreninha, se eu te encontrasse..."**

Fun Facts!(para mim, pelo menos): as duas únicas matérias em que eu tive zero falta foram canto (rá!) e musica de câmara (olha só..). E a matéria onde minhas notas eram sofríveis era piano erudito. Nhó... Este mal durou até a faculdade. Até hoje eu sonho que meu diploma está retido por causa desta matéria...


*Meus móveis e livros foram distribuídos entre meus amigos que ficaram em Brasília. Foi o jeito de eu ter certeza de que um dia eu vou voltar a visitá-los. Mesmo que agora eu nem lembre mais dos móveis, nem dos livros. ;-)

** O Roberto Correia era professor de viola caipira na Escola de Música, e também estava "lotado" na Biblioteca, à noite, que era o horário que eu estudava. Quando a biblioteca ficava vazia, ele ficava tocando e cantando. Foi ele quem me ensinou Benzim, que gravei no meu primeiro CD.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

bollywood rules!


Sem dúvida. É um momento especial no zeitgeist mundial quando o filme mais original e comovente da temporada do Oscar vem de Bollywood.

Slumdog Millionaire é assinado por Danny Boyle, diretor inglês de Trainspotting. Mas ele nem chegou a dirigir o filme inteiramente, tem um co-diretor indiano que assume esta responsabilidade. O elenco é inteiramente indiano, o filme é falado em inglês e em... outra língua que não sei qual é (hindi?) e rodado em Mumbai, interior da Índia e estúdios de Bollywood.

Mesmo o roteiro obedece a preferência dos filmes bollywoodianos: (spoiler alert!!!) um menino paupérrimo (o slumdog do título, que dá pra traduzir como favelado) tenta a sorte num programa de teve tipo Show do Milhão, para reencontrar a antiga namorada de infância. Pode ser mais fofo? Tem até aquelas coreografias adoráveis, encantadoras, com centenas de extras sacudindo as mãos e os quadris.

Deve estrear daqui a um mês no Brasil.

P.S.: (acrescentado dias depois, mesmo) Aqui no Brasil, na rede Globo, vai estrear uma novela com temática indiana daqui a umas duas semanas! Não dou nem dois meses pra explodir a moda de bollywood dance nas academias. Lá perto da rua Augusta já tem uma que ensina, há um ano. Jai-Ho!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Diva! Diva!

Ano passado foi uma proeza de produtividade para o R&B e soul inglês.
Antes que alguém conseguisse pronunciar Winehouse, as radios e tevês já alardeavam as novas divas do soul (ingles, pois é) Duffy, Estelle e Adele.

Então, deixa quieto. Ou melhor, não é o caso de sair correndo atrás, na minha opinião. Mesmo porque, são três cantoras de seus 20 anos, bem talentosas, com ótimos produtores (a Duffy é a mais fraquinha...). Mas tem muito caminho ainda pra chegar na originalidade, aquela marca que destaca o trabalho de todos os outros. Enfim, uma coisa que a Winehouse já teve desde sempre, mas não é todo mundo que chega com esta mala cheia.

Tem uma mina, however, que merece ser descoberta (ou redescoberta pelos maiores de 30) ontem: Nikka Costa!

A Nikka Costa é americana, está na estrada desde os cinco anos de idade, gravou o primeiro disco com oito, é filha de um produtor lendário - Don Costa - e afilhada do Frank Sinatra. Hoje ela deve ter seus trinta e cinco anos e compõe, produz e canta soul music feito uma demônia. Ou uma santa. A lembrança mais recorrente que tenho ao vê-la cantando são algumas gravações da Janis Joplin.


Vejo tudo o que aparece na minha frente, com a atenção devida. Fazia muito tempo que não me surpreendia tanto. Grande performer. Grande emoção.
Fucem no You Tube. Vale uma tarde inteira.
Clap Hands! Come On!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

...e como eu dizia, fui ao cinema

Atenção! Spoiler Alert!!!
Se não quiser saber dos detalhes dos filmes, leia este post DEPOIS de assistí-los.

Fui ao shopping três dias seguidos e vi três filmes de férias, a saber:

Sete Vidas (Seven Pounds), de Gabriele Mucino, com o Will Smith e a Rosario Dawson. Não gostei nadinha. Eu tinha gostado tanto de Pursue of Happyness, realizado pelos mesmos Smith e Mucino, então fiquei decepcionada. A meu ver, o roteiro deste filme (Sete Vidas) tem um problema de alma, ou de coerência espiritual, vai. É sobre um cara (spoiler alert!) corroído pela culpa de ter causado um terrível acidente, e que quer remediar isto ajudando outras pessoas de uma forma bastante radical. Só que, a meu ver, ele não se livrou da arrogância, pois ele passa o filme julgando quem deve ser ou não ajudado. E se ele tivesse realmente este espírito de doação, este desprendimento e este desejo cristão (sim, claro), ele não escolheria a quem fazer o bem.

Woody Harrelson participa, como um pianista/operador de telemarketing cego.


Madagascar 2: Êeeeeee! Muito bom!!! Melhor ainda que o um!!! (spoiler alert) Melhor cena: o leão novaiorquino Alex, na África, prepara-se para lutar ao som de West Side Story, e avisa para o outro leão: "eu sou treinado em Fosse e Robbins!" Ahahahahaha!


Marley & Eu: menino, então, não é que eu gostei? O roteiro é inteligente, pois usa o cachorro como um pretexto para falar de temas bastante caros ao ocidental contemporâneo: carreira, juventude, família, sacrifícios, sucesso/fracasso. Se o livro (sim, eu li!) era uma sucessão de crônicas sobre as inacreditáveis trapalhadas do cachorro, do berço ao túmulo, o filme foi muito melhor sucedido, ao usar o cachorro como uma metáfora para a família e os sacrifícios que ela exige (e as alegrias que oferece em troca).

Os cães que interpretam o Marley são inacreditáveis, de tão engraçados. E o elenco é bacana, principalmente o Alan Arkin, que faz o papel do chefe. Com a Jennifer Aniston e o Owen Wilson.

a pausa que preenche



A cidade está esvaziada. Falar em vazio é querer muito. Devem ter escoado, porém, alguns milhões de pessoas para o litoral, sem falar nas (duas? três?) pessoas que tem um destino alternativo para o réveillon. Sobrou, o quê, uns oito milhões de gatos pingados em São Paulo.




Fica um silêncio.




Dura uns quatro dias por ano. É o tempo para observar algumas ruas e fachadas, para andar um pouco mais devagar e enxergar os novos prédios que brotaram nesta estação. Durante estes poucos dias, também, as pessoas saem com seus cães no meio da tarde, no meio do dia, no meio da rua outrora movimentada, num tipo de vingança contente, e as calçadas enchem-se de gente que passeia e sorri.




O cinema tem fila, sim. Porque quem ficou aqui, vai ao cinema. A fila é menor, porém.