terça-feira, 28 de outubro de 2008

diário da mostra - etc

L'Homme Qui Rit/The Man Who Laughs (O Homem que Ri)
de Paul Leni

Filme de 1928, baseado na novela (terrível) de Victor Hugo sobre uma criancinha herdeira de um nobre que é arrancada de seu pai pelo rei James II e entregue para malvados "comprachicos" (compradores de crianças) que cortam sua boca e a deixam deformada para sempre, com o aspecto de quem está rindo. A criança é abandonada na neve e ainda por cima encontra um bebê - cego - nos braços de uma mãe morta congelada. Com o bebê no colo, a criança deformada vaga pelo vale dos enforcados, buscando ajuda - que finalmente encontra na casa do filósofo Ursus. Então esta criança cresce e vira uma aberração de feira, um palhaço que nunca consegue deixar de rir. Alguém aí falou em Os Miseráveis? Pois é.

A história vai longe, com novas reviravoltas e revelações ao longo da trama. E o filme é apavorante. Mas muito bom. Conrad Veidt é assombroso e, definitivamente, deu origem a todos os Coringas que surgiram, os bons e os maus. Mary Philbin faz o papel de mulher-anjo e a Olga Baclanova é simplesmente a Madonna! Gente, chegou uma hora que eu desisti de brigar com o meu cérebro e passei a acreditar que a Madonna estava ali num filme de 1928, num papel, inclusive, perfeito para ela: o de nobre devassa e fatal.

O sensacional mesmo foi o privilégio de assistí-lo com uma trilha sonora original (!) executada ao vivo pelo Octuor de France. Isto eu nunca tinha experimentado antes.

Nenhum comentário: